sábado, 31 de dezembro de 2011

Parábola do Reino dos Céus

A PARÁBOLA DO REINO DOS CÉUS

            O Reino de Deus não vem com aparência exterior. . . Nem dirão: - Ei-lo aqui, ei-lo ali; porque eis o reino de Deus está entre vós.”
                                                                                              (Lucas, l7:20-21)


            Não há distinção entre reino de Deus, ou reino dos Céus. Narrando a mesma passagem evangélica, Lucas usa o termo “reino de Deus” e Mateus fala em “reino dos Céus”.
            A propósito, cumpre aqui salientar que o conceito sobre o que seja reino de Deus ou reino dos Céus tem evoluído muito pouco no decurso dos séculos. Desde a época imediatamente anterior ao advento de Jesus Cristo até há pouco tempo, todas as religiões eram unânimes em acenar a seus fiéis com a promessa de um local bem alto, acima das nossas cabeças, destinado a ser moradia de contemplação beatífica, sinônimo de lugar de inércia, de estagnação.
            No remoto passado, acreditava-se na existência de muitos céus superpostos, de matéria sólida e transparente, formando esferas concêntricas, e tendo a Terra por centro. Segundo a opinião mais comum, havia sete céus e daí a expressão – estar no sétimo céu – para exprimir o gozo da felicidade suprema. Os muçulmanos admitem nove céus, em cada um dos quais se aumenta a felicidade dos crentes. O astrônomo Ptolomeu contava onze céus, denominando ao último Empíreo, julgando ser ali o lugar da glória eterna.
            O Espiritismo veio desvendar um novo conceito sobre esse reino. Explicando que tanto “reino dos Céus” como “reino de Deus”, equivale à colimação da reforma íntima. Todo aquele que pauta a sua vida por rígida reforma moral e interior, que porfia em manter-se dentro de um persistente processo de aperfeiçoamento, estará automaticamente assimilando o reino do Céu e passará a viver nele. Eis porque o Mestre proclamou: “Buscais antes o reino dos Céus e todas as coisas vos serão acrescentadas”, aditando “o reino dos Céus não está aqui, nem ali, nem acolá, porque já está entre vós.”
            “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz e alegria no Espírito”, afirmou o apóstolo Paulo em sua Epístola aos Romanos, (l4: l7).
            Jesus Cristo, por sua vez, fez várias comparações a fim de nos demonstrar o que seja reino de Deus, ou reino dos Céus.
            Na primeira comparação, em forma de parábola, usou a semente de mostarda como paradigma: ‘É semelhante ao grão de mostarda que um homem, tomando-o, lançou na sua horta: e cresceu e fez-se grande árvore, e em seus ramos se aninharam as aves do céu. ”(Mateus, 13:31-32)
            Em seguida, o Mestre usou outras comparações: O reino dos Céus é “semelhante ao fermento que uma mulher, tomando-o, escondeu em três medidas de farinha, até que tudo levedou.”(Lucas, 13:18-21)
            Mateus afirma que o Senhor também comparou o reino dos Céus “a um tesouro escondido num campo, que um homem achou e escondeu; e pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo”. Mais adiante assevera que “o reino dos Céus é semelhante a um negociante que busca boas pérolas, e encontrando uma de grande valor, vendeu tudo quanto tinha e comprou-a”, e, numa outra comparação ainda afirma “que o reino dos Céus é semelhante a uma rede lançada ao mar, que apanha toda a qualidade de peixes, e estando cheia, a puxa para a praia; e assentando-se, apanham para os cestos os bons; os ruins, porém, lançam fora”. (Mateus, 13:44-48)
            Estas parábolas têm uma afinidade que procuraremos demonstrar e que serão aplicadas à Humanidade em fases subseqüentes.
            “Uma mulher tomou uma porção de fermento, e escondeu-a em três medidas de farinha, até que tudo levedou”. Jesus Cristo nos legou uma Doutrina que em três milênios deve produzir seus frutos. A Humanidade já viveu os dois primeiros milênios, o terceiro será decisivo. Nele, a Doutrina de Jesus deverá atingir a sua plenitude, cumprindo-se o seu vaticínio: “Tudo passará nos Céus e na Terra, mas as Minhas palavras não passarão”. Doutrina na afirmação  de Jesus é sinônimo de fermento, por isso Ele recomendou aos seus discípulos que “tomassem cuidado com o fermento dos fariseus”, ou seja, com a doutrina dos fariseus. “O grão de mostarda que um homem plantou” representa a necessidade de cultivar-mos dentro de nós a decisão de reforma interior, a qual se bem cumprida, fará que, um dia, os Espíritos do Senhor, que Jesus simbolizou nas “aves dos céus”, sejam atraídos pelas virtudes, que, como os galhos do pé de mostarda, espargirão de nós.
 A pérola de grande valor, ou o tesouro escondido, simboliza o interesse que deveremos dispensar ao nosso aprimoramento, quando a “semente de mostarda” já estiver germinando em nós. Desde que estejamos caminhando pela senda exata, que nos propiciará a posse do reino de Deus, através da reforma íntima, devemos nos despojar de todos os preconceitos e viciações, mantendo a nossa linha de conduta rumo à perfeição como tesouro inestimável, cuja posse cumpre ser mantida com todo o carinho.
A rede lançada ao mar e a separação dos peixes bons e maus, será a resultante de tudo. Aqueles que não se adequarem para assimilar os ensinamentos da Doutrina Cristã que o Mestre simbolizou no fermento, que não cultivaram as virtudes que o Messias exemplificou na semente de mostarda; que não mantiveram esse sublime legado como tesouro de grande valia, exemplificando na “pérola de grande valor”, e no “tesouro oculto”; e quando a rede for lançada nos tempos preditos, serão também apanhados, mas como peixes ruins, serão remetidos para os planos expiatórios, onde aguardarão um novo recomeço eivado de sofrimentos regeneradores e de dores indescritíveis. Lugares onde haverá “choro e ranger de dentes”, segundo o dizer judicioso dos Evangelhos. Entretanto, aqueles que se reformaram intimamente, que conquistaram o “reino dos Céus”, serão colocados, como os peixes bons, em planos de maior elevação, dentro da imensa escala da evolução espiritual.                                                                                                                                            
AS MARAVILHOSAS PARÁBOLAS DE JESUS – Paulo Alves Godoy



COMENTÁRIO DE KARDEC

            ...”Deus conhece as nossas necessidades e a elas provê, como for necessário. O homem, porém, insaciável nos seus desejos, nem sempre sabe contentar-se como o que tem: o necessário não lhe basta, reclama o supérfluo. A Providência, então, o deixa entregue a si mesmo. Freqüentemente, ele se torna infeliz por culpa sua e por haver desatendido à voz que por intermédio da consciência o advertia. Nesses casos, Deus faz que ele sofra as conseqüências, a fim de que lhe sirvam de lição para o futuro.
            A Terra produz bastante para nutrir, a todos os seus habitantes; quando os homens souberem administrar os bens que ele dá, conforme as leis de justiça, de caridade e de amor ao próximo; quando a fraternidade reinar entre os diversos povos, como entre as províncias do mesmo império, o que é momentaneamente supérfluo para um, suprirá a momentânea insuficiência do outro, de modo que todos terão o necessário. O rico, então, considerará a si mesmo como um homem que possui grandes depósitos de sementes: se as distribuir, elas produzirão ao cêntuplo, para ele e para os outros; mas, se as comer sozinho, se as desperdiçar e deixar que se perca o excedente do que comeu, elas nada produzirão, e todos ficarão em necessidade. Se as fechar no seu celeiro, os insetos as devorarão. Eis por que Jesus ensinou: não acumuleis tesouros na Terra, porque são perecíveis, mas acumulai vossos tesouros no céu, onde são eternos. Por outras palavras, não ligueis aos bens materiais mais importância do que aos espirituais e sabei sacrificar os primeiros em proveito dos últimos.
            Não é por meio de leis que se há de decretar a caridade e a fraternidade. Quando esses sentimentos não residem no coração, o egoísmo os abafará. A obra do Espiritismo é a de fazê-los penetrar.”
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – Kardec – Cap. XXV – 7-8


O GRANDE FUTURO

                                                           “Mas agora o meu reino não é daqui.”- Jesus (João, 18:36)

            Desde os primórdios do Cristianismo, observamos aprendizes que se retiram deliberadamente do mundo, alegando que o Reino do Senhor não pertence à Terra.
            Ajoelham-se, por tempo indeterminado, nas casas de adoração, e acreditam efetuar na fuga a realização da santidade.
            Muitos cruzam os braços à frente dos serviços de regeneração e, quando interrogados, expressam revolta pelos quadros chocantes que a experiência terrena lhes oferece, reportando-se ao Cristo, diante de Pilatos, quando o Mestre asseverou que o seu reino ainda não se instalara nos círculos da luta humana.
            No entanto, é justo ponderar que o Cristo não deserdou o planeta. A palavra dEle não afiançou a negação absoluta da felicidade celeste para a Terra, mas apenas definiu a paisagem então existente, sem esquecer a esperança no porvir.
            O Mestre esclareceu: - “Mas agora o meu reino não é daqui”.
            Semelhante afirmativa revela-lhe a confiança.
            Jesus, portanto, não pode endossar a falsa atitude dos operários em desalento, tão-só porque a sombra se fez mais densa em torno de problemas transitórios ou porque feridas humanas se fazem, por vezes, mais dolorosas. Tais ocorrências, muita vez, obedecem a pura ilusão visual.
            A atividade divina jamais cessa e justamente no quadro da luta benéfica é que o discípulo insculpirá a própria vitória.
            Não nos cabe, pois, a deserção pela atitude contemplativa e, sim, avançar, confiantemente, para o grande futuro.
PÃO NOSSO – Emmanuel – Chico Xavier – cap. 133

            CÉU COM CÉU

 “Mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consomem, e onde os ladrões não penetram nem roubam.”  - Jesus. ( Mateus, 6:20)

            Em todas as fileiras cristãs se misturam ambiciosos de recompensa que presumem encontrar, nessa declaração de Jesus, positivo recurso de vingança contra todos aqueles que, pelo trabalho e pelo devotamento, receberam maiores possibilidades na Terra.
            O que lhes parece confiança em Deus é ódio disfarçado aos semelhantes.
            Por não poderem açambarcar os recursos financeiros à frente dos olhos, lançam pensamentos de crítica e rebeldia, aguardando o paraíso para a desforra desejada.
            Contudo, não será por entregar o corpo ao laborioso da natureza que a personalidade humana encontrará automaticamente, os planos da Beleza Resplandecente.
            Certo, brilham santuários imperecíveis nas esferas sublimadas, mas é imperioso considerar que, nas regiões imediatas à atividade humana, ainda encontramos imensa cópia de traças e ladrões, nas linhas evolutivas que se estendem além do sepulcro.
            Quando o Mestre nos recomendou ajuntássemos tesouros no céu, aconselhava-nos a dilatar os valores do bem, na paz do coração. O homem que adquire fé e conhecimento, virtude e iluminação, nos recessos divinos da consciência, possui o roteiro celeste. Quem aplica os princípios redentores que abraça, acaba conquistando essa carta preciosa; e quem trabalha diariamente na prática do bem, vive amontoando riquezas nos Cimos da Vida.
            Ninguém se engane, nesse sentido.
            Além da Terra, fulgem bênçãos do Senhor nos Páramos Celestiais, entretanto, é necessário possuir luz para percebê-las.
            É da Lei que o Divino se identifique com o que seja Divino, porque ninguém contemplará o céu se acolhe o inferno no coração.

                        PÃO NOSSO – Emmanuel _ Chico Xavier – cap. 156

COMENTÁRIO DE KARDEC

            . . . “O progresso nos Espíritos é o fruto do próprio trabalho; mas como são livres, trabalham no seu adiantamento, segundo sua vontade, com maior ou menor atividade, com mais ou menos negligência, acelerando ou retardando o progresso e, consequentemente, a própria felicidade. Enquanto uns caminham rapidamente, outros estacionam séculos nas fileiras inferiores. São eles, pois os próprios fatores da sua situação, feliz ou desgraçada, conforme a frase do Cristo: “A cada um segundo as suas obras.”




            Todo Espírito que se atrasa não pode queixar-se senão de si mesmo, assim como o que se adianta tem o mérito exclusivo do  esforço e dá por isso maior apreço à felicidade conquistada. A suprema felicidade só é partilhada pelos Espíritos perfeitos, ou por outra, pelos puros Espíritos, que não a conseguem senão depois de haverem progredido em inteligência e moralidade. O progresso intelectual e o progresso moral raramente caminham juntos, mas o que o Espírito não consegue num dado tempo, ele o consegue em outro, de maneira que os dois progressos acabam por atingir o mesmo nível. Eis aí a razão por que, reciprocamente, se vêem muitas vezes homens inteligentes e instruídos, pouco adiantados moralmente.
            A encarnação é necessária ao duplo progresso moral e intelectual do Espírito: ao progresso intelectual pela atividade obrigatória do trabalho; ao progresso moral pela necessidade recíproca que os homens têm entre si. A vida social é a pedra de toque das boas ou más qualidades.”

O CÉU E O INFERNO – Kardec – cap. 3 – 7-8











TEMA
INCENTIVO INICIAL
ATIVIDADE
Reino de Deus – é o plano espiritual onde se trabalha para o bem, onde se vive os ensinamentos de Jesus. Só vai a ele quem o bem na Terra faz.
Apresentar várias figuras de pessoas em atividades. Umas positivas e outras negativas.
Questionar: vamos separar as pessoas que estão seguindo os ensinamentos de Jesus aqui na Terra, das que não estão.
Levar em papel pardo ou cartolina um desenho de duas mãos jogando uma rede na água. Fazer peixinhos em dobradura. Cada criança fará dois peixinhos, colocando o seu nome neles. No verso, escreverá alguma coisa boa que faz, no outro alguma coisa que queira melhorar ou não mais fazer.
Cada criança colocará o peixinho o peixinho de coisa boa na rede desenhada no papel e o outro (a má) fora da rede.






Texto explicativo retangular com cantos arredondados: Por que o Senhor ficou feliz quando voltou das bodas? (viu o servo, que vigiando, logo foi abrir a porta).
Por que ele se sente tão feliz vendo o seu servo vigiar? (Sabia que ele estava disposto, estava trabalhando)
Como o senhor tratou o servo quando o viu vigiar? (Com respeito, foi servi-lo) 
Devemos respeitar as pessoas que nos auxiliam: o professor na escola, a empregada, o porteiro...
Nós somos servos? (Sim)
Quem é o nosso senhor? (Deus)
Como podemos estar vigiando? (Trabalhando no bem. Fazer o bem aqui na Terra é estar disposto para o trabalho que Jesus nos ensinou).
Por que devemos vigiar? (Nunca sabemos a hora de voltar para a cidade dos Espíritos. Nessa hora teremos que explicar o bem ou o mal que fizemos).

Texto explicativo retangular com cantos arredondados: Onde eu estava antes de nascer? (Com amigos, numa cidade espiritual)
Por que vivo junto às pessoas da minha família? (Para aprender coisas boas. Ajudar, não brigar, estudar...)
Se errarmos quando estamos aprendendo a escrever, o que a professora faz? (Ensina novamente até que eu aprenda)
Se eu me vestir errado, o que a mamãe faz? (Orienta para que eu acerte na próxima)
Se as pessoas que estão ao meu redor sempre me dão novas oportunidades de aprender, o que Deus faz quando não aprendemos tudo o que seria bom para nós em uma vida? (Dá nova oportunidade através da reencarnação).






Texto explicativo retangular com cantos arredondados: Semente de mostarda = semente do bem. Seguir os ensinamentos de Jesus. Ensinar o bem através do exemplo. Reforma interior.
Fermento = o Espiritismo (que transmite os ensinamentos de Jesus). Faz crescer o bem, como o fermento faz crescer o pão.
Tesouro escondido num campo = viver os ensinamentos de Jesus (esquecer o egoísmo). Assim como o homem que vendeu tudo para comprar o terreno que continha o Tesouro.
Rede lançada ao mar = depois da morte haverá a separação dos que trabalham para o bem (nos ensinamentos de Jesus), daqueles que trabalham para o mal.
Quem quer contar alguma coisa boa que fez hoje?
O que Jesus ensinou? (A ajudar os outros, a perdoar, a não querer as coisas dos outros, a acreditar em Deus...)
Quando procuramos ajudar as pessoas, a fazer o que Jesus ensinou, como os sentimos?
Se nossos pais perguntassem: vocês preferem ir para a rua sujar muros ou vir para a Evangelização, o que vocês responderiam? (quando morremos, também continuamos a gostar e a querer fazer as mesmas coisas)
Vão para lugares bons = Reino dos Céus, que é lugar de muito trabalho, ou o contrário – lugar onde não se faz o bem, não se trabalha.
 

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